sexta-feira, agosto 10, 2007

O sábio moderno

O Sábio Moderno


O sábio moderno usa calça jeans,
Disfarça-se diante da mediocridade, com seus motivos...
E ressalta-se perante a oportunidade.
Ele sabe do passado da humanidade.

O sábio moderno usa seu relógio,
Sabe que os outros correm atrás dele,
Correm tanto que até morrem mais rápido...

Esse moderno ser medita,

Ele usa o dinheiro, com sua sabedoria,

Constrói impérios... de amigos,
Estes que preenchem as faltas de habilidades do sábio, que tem profunda consciência dos seus pontos fracos,

O moderno sábio usa computador,
Mas não vive por ele...

Tem seus interesses,
E usa desse impulso para unir-se aos outros e construir!

Anda com a sua egrégora,
E sabe viver sozinho.

Este indivíduo tem celular,
Adapta-se, muda, destrói, renova, quebra paradigmas...

Usa óculos escuro, vai a praia, ao banco, viaja...
Vive intensamente e consciente, pra que cada segundo se transforme em experiência.

Ensina, porque gosta e aprende mais,

Deixará sua contribuição para humanidade, mesmo que não escreva...

Recria o Universo através de suas relações,

Faz revolução silenciosa,
Muda o mundo,
Pelo exemplo,

E por isso é sábio! Em qualquer época!

Se nascesse novamente, no futuro ou no passado,
Seria sábio...

Ele vai além desta tela,
Dessas palavras... e vê!
Não com os olhos, a idéia, e conecta-se, identifica-se e talvez se revele:

Como o mais novo sábio moderno...

Ricardo Melo

quinta-feira, agosto 09, 2007

Livro Mantras - Ricardo Melo e Caio Melo

O projeto inicial deste trabalho não tinha grandes pretensões. Desejávamos confeccionar um material que auxiliasse os praticantes e Instrutores do nosso Método[1] a executar e compreender melhor o mantra. Porém, durante o período de construção da obra nos deparamos com a importância, muito maior do que imaginávamos, de elaborar um livro didático que reunisse as várias informações existentes de maneira diluída no acervo desta cultura milenar e as sistematizasse.
O resultado foi uma obra completa sobre mantra que engloba quatro partes. Primeiramente a compreensão teórica a cerca de definições, classificações e funções. Em seguida a aplicação da vocalização de sons e ultra-sons na prática. Ainda há uma terceira parte de aprofundamento em kirtans que conta, entre outras coisas, com a letra de diversos deles e textos explicativos sobre as diferentes linhagens, como o shivaísmo, hinduísmo, shaktísmo etc. Finalizando a obra, a quarta parte: um complemento didático para aqueles que desejam algo a mais, inclusive partituras.
Começamos com pouquíssimo conteúdo de pesquisa. Não havia muito material focado nesta técnica, o que proporcionou mais vontade de escrever, pois confirmamos essa necessidade.
Logo após alguns meses de trabalho, escrevendo, lendo, estudando, fazendo especializações, praticando e assistindo ao Curso Básico de Yôga pela internet[2], além das definições e conhecimentos históricos, nos deparamos com uma imensa quantidade de possíveis associações.
Maior ainda era a presença do mantra na Nossa Cultura. Dentro da prática regular, observamos a utilização dela em quatro das oito partes, contando com a terceira que constitui apenas na técnica isolada. Inserido nos recursos suplementares, ela atua de formas distintas com propósitos adequados a cada situação. Na estrutura do Método DeRose de Yôga Avançado, podemos encontrar, ao mesmo tempo, o mantra em pelo menos duas das seis etapas!
Junto com isso surgiram algumas preocupações. Por ser uma técnica tântrica, o mantra correto é passado através do parampará (transmissão oral) proveniente da tradição Mestre/discípulo. Ler não é o suficiente para aprender ou praticar mantras. Uma vocalização mal executada pode ter um efeito desastroso por atuar em tantas áreas distintas do organismo e fora dele. Assim, embora este livro tenha a proposta de ser um amplo material sobre este feixe de técnicas, não incentivamos ninguém a tentar executá-las sem o acompanhamento do seu Mestre e de um Instrutor formado e devidamente revalidado.
Para aqueles que lecionam ou desejam tornar-se Instrutores de SwáSthya, tem neste livro uma grande oportunidade de aprimoramento. Isto porque o mantra é a terceira parte da prática para iniciantes
[3]. Alguns alunos podem não se habituar diretamente com ele, levando em consideração uma série de fatores culturais que se atenuam e desaparecem com o conhecimento obtido através do tempo de prática. Para que o minis­trante fique bem à vontade e passe a imagem correta da técnica deve conhecê-la bem. Se não esti­ver certo dos seus efeitos e da razão de colocá-la naquele momento em sua prática, pode desistir. Já dominando a situação irá estimular a turma a acompanhá-lo, além disto, transmitindo de forma realmente segura, passará a força e importância da vocalização.
Esta mescla de situações norteou nosso livro, que tem por objetivos, além de tudo o que já citamos, esclarecer dúvidas e mitos, dar dicas de aprimoramento, corrigir possíveis erros, enriquecer a didática para melhor aproveitamento de qualquer pessoa que tenha interesse. Encontram-se ainda dados sobre a origem dos mantras, noções de sânscrito
[4] e textos mitológicos que servem como ilustração. Para facilitar a compreensão da obra como um todo a dividimos em quatro partes.
Apesar dos mantras não serem músicas, como explicaremos mais a frente, eles podem ser tocados de uma forma lindíssima. Para isso, como já relatamos, temos uma ótima quantidade de kirtans com cifras e partituras que irão enriquecer as suas práticas, festas e permitir que você vocalize e toque conforme os diversos CD’s existentes na nossa Rede e quem sabe, formar o seu grupo de mantras. Inclusive selecionamos fotos de pessoas que vem trabalhando com isto, sendo muito bem reconhecidas no metier.
Ao leitor menos experiente no tema, aconselhamos a leitura dos livros que citaremos ao decorrer dos capítulos. Isto lhe dará mais fundamentos para compreender o Yôga como um todo.
Por fim, observamos que o conhecimento sobre o tema não está esgotado e a cada edição serão acrescentados novos detalhes que serão resultados da experiência e vivência desta nobre arte.
É um grande prazer saber que você possui um pedaço do nosso sonho em suas mãos. Que através desta leitura possamos lhe motivar a conhecer mais a nossa filosofia e talvez transmiti-la adiante. Mantemos assim este trabalho como uma contribuição efetiva para a perpetuação legítima desta nobre filosofia. Isto enriquecerá ainda mais a cultura da humanidade nas próximas gerações.
[1] Para maiores informações sobre a estrutura do SwáSthya, recomendamos o estudo do livro Yôga, mitos e verdades (DeRose. Ed. Nobel e Uni-Yôga).
[2] Para assistir às aulas do Curso Básico gratuitamente na internet, acesse o site www.uni-yoga.org
[3] Essa prática chama-se ády ashtánga sádhana. A prática óctupla é a principal carecterística do SwáSthya ortodoxo.
[4] Se o leitor desejar esclarecimentos sobre a pronúncia dos termos sânscritos, recomendamos que ouça o CD Sânscrito - Treinamento de pronúncia, gravado na Índia. Para mais conhecimentos, o ideal é estudar os vídeos do Curso Básico e a bibliografia recomendada no final deste livro.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Parábola do Tempo

Tempo

Tempo que controla,
Domina, ordena,
Tempo que mata e prende
Possessivo,
Quem és tu tempo?
Que me invadi!

Vou meditar e quero que não me atrapalhes!

...

Óhh tempo,
Não tens tu aquela cara que imaginava,
Não estás grudado no meu braço,
Nem em paredes,
Não és as fases da lua,
Nem as estações do ano,

És uma convenção,
Uma abstração,
Pois o processo de criação do Universo acontece aqui e agora!

Não fiques triste tempo.... podemos ser amigos,
Pois temos interesses em comum.
Mas saiba tempo,
Que às vezes gosto de ficar sozinho para me conhecer mais,
Adoro ter outras companhias e reproduzir a criação do Universo...
Preservo a liberdade,
Não quero ser comum!

...

Que bom que você aceita,
Juntos, construiremos coisas muito positivas...

Ricardo Melo

O Filme da Vida

O filme da vida

Pensei sobre lágrimas e filmes,

Depois associei as palavras, lágrimas e filmes. Vislumbrei a vida,

Sobre um ponto de vista, o meu.

Somos coadjuvantes, às vezes atores principais, somos até câmeras,

Queremos emoções, fortes, romances dramáticos... queremos ver, queremos ser.

Embora talvez não seja tão bom ouvir, digo que gostaríamos de vez em quando, no fundo, de maquiar a verdade, assim como maquiam atores a sua identidade.

Quantos filmes e histórias reais se transformam em dramas e você, faz o seu papel, na cama os vê,

Cumprimos o nosso clichê, porém aprender, para muitos, não é um bom script,

Sabe-se que não nos faz crescer, querer editar as cenas e ir direto ao ponto adiante,

Mas algo no fundo nos diz: _Nada de filme maçante!

A verdade, também uma película, oblitera, suprime e seleciona só aquilo que queremos viver, ou seja, vemos apenas o que queremos ver,

Sonhamos com cabelos que não se despenteiam, rostos sem rugas, amores com fuga,

O drama que é drama não esconde nada, ou a vida que é vida,

A nossa realidade mexe conosco, pois é real ao nosso perceber,

Se vir um filme e deflagrar-se aos prantos numa emoção explosiva, saiba que o que há na tela, é você...

Então pergunto: _O roteiro pra sua vida, cadê? Ainda busca um diretor, figurantes, pra se esconder?

Você, dono do seu filme, o único, pois não há dublê, tem a coragem de culpar outro por não saber a próxima cena?

O filme da vida tem regras, mas não limites,

Luz, câmera, ação e reação! É a sua vez, conte-me a sua vida, ou mostre-me seu filme,

Quero ver, aprender e confirmar, toda vida seria um belo filme,

Só depende de querer e fazer!
Ricardo Melo

As imagens... e as interpretações

Vivemos um mundo de caricaturas e não imagens corretas

Dicionário Houaiss - Caricatura:
Desenho de pessoa ou de fato que, pelas deformações obtidas por um traço cheio de exageros, se apresenta como forma de expressão grotesca ou jocosa
Reprodução deformada de alguma coisa
Indivíduo de aparência ou de maneiras ridículas
Representação em que se figuram pessoas e se apresentam caracteres e fatos de maneira grotesca e cômica.


Para economizar esforço nosso cérebro cria caminhos mais fáceis de nos deixar a par daquilo que realmente não conhecemos.

Imagens que resumem coisas enormes, no sentido de informações e conhecimento.

Imagens erradas, caricaturas.

Somos enganados por nós mesmos.

O pior é que fazemos questão de mostrar o quanto não sabemos, quando informamos nosso opinião sobre algo que não conhecemos...

Que vergonha.

Pelo simples fato de não conhecer, temos vergonha, e falamos aquela besteira!

Mas como você vai saber tudo?

Será que essa massa de informação não permite que tenha uma noção mais aproximada daquilo que é, ou simplesmente a coragem de dizer:

_ Não conheço, prefiro não opinar ou comentar. Não quero estereotipar ninguém, nenhuma profissão, pessoa, desportista, artista etc.

Mais profundo é quando o mundo da caricatura invade o nosso mundo. Quando esperamos caricaturas no nosso dia-a-dia e não pessoas!

Aquela pessoa, que ocupa aquele cargo, ou que tem a vida daquele jeito, é, como já disse: pessoa! Você também é! Ou não?

Pode ser que para quem está ao seu lado, seja um desenho... daqueles artistas que brincam com a imagem.

Se você está no mundo da caricatura, aqueles que se fazem como tal, lhe serão perfeitos, manterão uma distância para que você não a conheça, como pessoa.

Então, este desenho que vos fala, esta caricatura de escritor, não é aquela caricatura, aquela pessoa cheia de inspiração, que passa o dia vivendo disso.

Por trás daquele livro que você leu, não há uma imagem incomum. Atrás daquela organização. Daquele grupo.

Quanto mais se distanciar desse mundo alucinado, mais rápido irá crescer. Isso é um vislumbre de lucidez.

Mas todos temos a opção de não crescer.

Não somos caricaturas da evolução.

Somos humanos.

A questão é que tipo de humano quer ser?

Uma caricatura?