quarta-feira, maio 28, 2008

Festival Internacional de Yôga em Florianópolis


Neste fim de semana, nos dias 30, 31 de maio e 1 de junho, teremos o Festival Internacional de Yôga em Florianópolis, conhecido como Fest-Yôga.
São mais de 600 pessoas participando. Praticantes, Instrutores, Professores e Mestres.
Todos juntos pra vivenciar essa nobre cultura.
Contamos com a presença do educador DeRose no evento, ministrando palestras e cursos.

Confira a programação no http://www.fest-yoga.com.br/






Como montar uma prática balanceada do Yôga Antigo

SwáSthya é a sistematização do Yôga Antigo, Pré-Clássico. O termo significa saúde, bem-estar, auto-suficiência, conforto etc. Um dos objetivos do Método é proporcionar ao praticante, ferramentas que lhe possibilitem praticar sozinho. Tudo isso exige disciplina, estudo e determinação.
No acervo desta filosofia antiga, o Yôga, existem milhares de ferramentas e combinações. A maior compilação sobre o assunto encontra-se no livro Tratado de Yôga, DeRose, Ed. Nobel. Hoje iremos nos ater a execução dos ásanas, ou seja, as técnicas corporais.
Lembremos das características que tornam uma posição física em uma técnica corporal do Yôga. E também podemos aproveitar e observar que estas técnicas não têm relação alguma com ginástica ou Ed. física, já que o escopo é totalmente diferente, além da forma de executar etc.

1. Procedimentos orgânico (posição);
2. Respiração coordenada;
3. Atitude interior.

O procedimento orgânico precisa ser:
a. estável;
b. confortável;
c. estético.

A respiração coordenada precisa ser:
a. consciente;
b. profunda (abdominal e completa)
c. pausada (ritmada).

A atitude interior precisa ter:
a. localização da consciência no corpo;
b. mentalização de imagens, cores e sons;
c. bháva (profundo sentimento, ou reverência).

Esses são os primeiros passos. Também existem regras gerais de execução que constituem uma das características do nosso Método. Existem as regras de respiração, de compensação, repetição, ângulo didático, localização da consciência, mentalização, segurança e permanência.
Cada item desses se subdivide em vários outros tópicos importantes. É necessário relembrar que as regras gerais foram primeiramente mencionadas pelo educador DeRose no seu livro Prontuário do Yôga Antigo. São pérolas que lhe foram desveladas através do estudo e vivência desta nobre arte. Ferramentas intrínsecas a prática que sempre existiram, entretanto não eram sistematizadas.
As regras gerais são citadas nas práticas regulares pelos Instrutores do nosso Método, visando um aprendizado sutil, que seja incorporado ao acervo de técnicas que o praticante desfruta. Elas estão explicitadas no já citado Tratado de Yôga. São mais de 15 páginas sobre o assunto.
Além disso, que já vimos até agora, é sabido que algumas combinações de técnicas não são tão convenientes, algumas tem mais efeitos que outras e assim por diante. Esses ensinamentos são revelados com o tempo de magistério. Por isso a importância da presença física do Instrutor.
Voltando as técnicas corporais, podemos dividir a execução de uma prática balanceada através de dois critérios:

Leva-se em consideração o equilíbrio vertebral e a movimentação espinal;
Observa-se a força de atração da Terra e sua influência na circulação sanguínea.

Analisando o primeiro critério, temos então temos as seguintes combinações:

- Equilíbrio.
- Flexão anterior do tronco (anteflexão);
- Flexão posterior do tronco (retroflexão);
- Flexão lateral do tronco (lateroflexão);
- Torção da coluna vertebral;
- É conveniente acrescentar técnicas de força (musculares).

Unindo este primeiro critério ao segundo, vejamos que as posições mantêm o balanceamento (ver regra de compensação) e devem variar entre:

- Posições sentadas;
- Posições em pé;
- Posições deitadas;
- Inversão do corpo (invertidas).

Temos um Universo de técnicas, pois, só no Tratado de Yôga possuímos fotos de 2.000 procedimentos orgânicos sistematizados, com sua respectiva nomenclatura.
Percebe-se que apenas através da leitura desse resumo não poderemos ainda montar a nossa própria aula. Logicamente que esses valores, conceitos e teorias tornam-se inerentes a execução. Se você tem a oportunidade de praticar com regularidade com seu Instrutor revalidado e formado, poderá desfrutar desse aprendizado sem pressa.
O ministrante pode ainda criar seqüências de técnicas corporais, desenhá-las ou fotografar, e treinar com os alunos (observando tudo que vimos, entre outras coisas). Depois de ensinado o praticante é estimulado a executar sozinho. A partir daí surgem dúvidas, idéias etc. em um processo bem prazeroso de autoconhecimento e comunicação com o respectivo Instrutor.
Segue um de aulas teóricas online que tratam de diversos assuntos, entre eles os temas: regras gerais de execução e como montar uma prática balanceada.
Clique no http://www.uni-yoga.org/ e vá à web classes. Há nesse mesmo site livros e CD’s para download gratuito. Você pode usar o CD de Prática Básica - DeRose, Uni-Yôga, para realizar uma aula completa do Yôga Antigo ensinada pelo próprio codificador do Método.

Em breve veremos mais informações importantes sobre o assunto.

Ricardo Melo

terça-feira, maio 27, 2008

Receitas, a série continua - Strogonoff DeRose

Receita maravilhosa.

Strogonoff DeRose
Ingredientes
Cebolas;
Palmito macio;
Cogumelos;
Queijo mozzarella;
Provolone e um terceiro à sua escolha;
Molho de tomate;
Natas ou béchamel ou iogurte;
Orégano;
Cardamomo em pó;
Noz moscada;
Molho de pimenta verde ou vermelha, quantidades a gosto.

Se faltar um destes ingredientes, não se aflija. Substitua-o de acordo com o seu paladar e intuição. Culinária também sefaz com criatividade e improviso.
1. Corte as cebolas em rodelas e ponha a para fritar sem acrescentar nenhum tipo de óleo. Vá mexendo sempre para que não queime, mas deixe dourar bem;
2. Introduza o molho de tomate;
3. Depois acrescente um pouco de água, os cogumelos cortados ao meio e o palmito picado;
4. Que tal um pouco mais de água?
5. Assim que ferver, baixe o fogo e adicione os queijos. Vá mexendo para não grudar;
6. Quando os queijos estiverem derretidos, acrescente as especiarias:orégão, cardamomo; noz-moscada e o molho de pimenta. Sal, nem pensar! Sem demora, acrescente o molho bechamel, ou então o iogurte.
É uma delícia, tem um toque picante que fica demais!

terça-feira, maio 20, 2008

A identificação

O Yôga Antigo é sustentado por sua tendência comportamental – o Tantra.
Muito confundida, essa filosofia engloba sutilezas que lapidam o ser em áreas recônditas e pouco estimuladas.
Imagine uma sociedade baseada na força da mulher, na apreciação e reverência desse indivíduo que tem o poder de dar a luz a outro ser e cultiva a sensibilidade naturalmente. Assim era constituída a civilização do Vale do Hindu, berço do Yôga. Especula-se que se tratava de uma cultura muito bem desenvolvida, com estrutura política extremamente organizada etc.
A identificação, nyása, é um dos artifícios do Tantra.
Você deve ter experimentado situações cotidianas de pura empatia. A convivência gera um processo natural de identificação e a partir dele surgem atitudes semelhantes a do identificado, como o uso de expressões verbais semelhantes, trejeitos, atitudes, maneira de vestir-se etc.
No Yôga Antigo traz-se à tona este processo de forma consciente, com finalidades específicas.
“A prática de nyása consiste em chegar à essência daquilo a que direcionamos o foco da atenção, levando-nos a incorporar suas respectivas características. É como se o observador se tornasse o próprio objeto observado, em uma referência a Patañjali, assim como o cristal se identifica com a cor do objeto próximo. (Yôga Sútra, I-4)”. Trecho extraído do livro Pújá, a força da gratidão, (Sérgio Santos, Ed. Nobel, 1ª edição, pág. 77).

Existem muitas formas de gerar esse processo, tais como: mantra, meditação, shiva natarája nyása (prática de identificação com Shiva Natarája, o rei dos bailarinos) entre outras.
Estas vivências devem ser acompanhadas de profissionais habilitados, formados e revalidados.
Abaixo, um pequeno texto que descreve com entusiasmo a identificação com Shiva Natarája (ver foto). Em sua estátua de bronze existem diversas referências a mitologia que envolve o criador do Yôga. Entretanto, através do nyása em nossa filosofia naturalista, busca-se a identificação com o verdadeiro Shiva, humano, que viveu e morreu, entretanto possuía seu virtuosismo que culminou na Nossa Cultura, o Yôga Antigo.

Nyása - identificação

Imagina-te, dentro do círculo de fogo,

Acima da ignorância...

Livre para uma nova experiência,

Transforma teus cabelos em rios sagrados,

A água escorre levando o véu que insiste em confundir, obliterando a luz,

Agarra o tambor e sai da roda que consome a vida,

As leis Universais deixarão de atuar...

Veste a pele do Tigre,

Sucumbe o intelecto, matéria sutil e refinada, ele não é mais o veículo do aprendizado,

Acaricia a naja que circunda teu pescoço, pois não tens o que temer,

Aberto o comando no tricuti, vê que sentidos, sentimentos, pensamentos e desejos não são idênticos ao Si,

Intui para refletir a mônada, que apenas existe e observa inerte...

Já sentes o tato da ignorância na planta do teu pé,

Agora é o momento de transmutar a consciência para as mãos assumindo o escudo que protege majestosamente a herança,

Contempla a tua libertação Ser!

Transforma-te no mito de bronze!

Imortaliza na carne o que há vivo por trás dele,

E jamais serás igual.

Ricardo Melo

segunda-feira, maio 05, 2008

A arena atual, pão e circo

Os filmes constituem umas das fontes que gosto de usar para me nutrir antes de escrever. Vejo de um a dois filmes por semana e adoro cinema. Todavia, se estiver sozinho costumo resgatar alguns que já assisti. Estes dias, foi a vez de, Gladiator, EUA, 2000, direção: Ridley Scott – ator principal: Russel Crowe.
Quando estou em dúvida de qual filme assistir, o ator pesa bastante. Russel é um que gosto.

A probabilidade de você ter assistido é bem grande.

“O ano é 180 e o general romano Máximos, servindo ao seu imperador Marco Aurélio, prepara seu exército para impedir a invasão dos bárbaros germânicos. Durante o combate, Máximo fica sabendo que Marco Aurélio, já velho e ciente de sua morte, quer lhe passar o comando do Império Romano. A trama onde Cômodo, filho do imperador, mata o pai, assumindo o comando do Império, não é historicamente verídica. Na verdade, Cômodo assumiu quando seu pai morreu afetado por uma peste, adquirida durante uma nova campanha no Danúbio.
Enquanto Cômodo assume o trono, Máximo que escapa da morte, torna-se escravo e gladiador, travando batalhas sangrentas no Coliseu, a nova forma de divertimento dos romanos. Máximo, disposto a vingar o assassinato de sua mulher e de seu filho, sabe que é preciso triunfar para ganhar a confiança da platéia. Acumulando cadáveres nas arenas o gladiador luta por uma causa pessoal, de forma quase que solitária e leva benefícios ao povo, submetido pela política do pão e circo.”

Esse é o ponto que queria chegar. Havia visto o filme há algum tempo, mas a percepção desta vez ficou vidrada ao Coliseu e a política pão e circo.
Foi impossível, e acredito que vários já tenham sentido o mesmo, não comparar o Coliseu ao maracanã ou qualquer outro estádio.
Duas sensações me envolvem dentro desse quadro.
a) Evoluímos razoavelmente, pois pelo menos não há matanças explícitas no campo de football.
b) Infelizmente a política de controle da massa segue a mesma filosofia de tempos antigos.
Ainda nesse ano de 2008 peguei táxi antes de viajar para São Paulo. Sempre converso com o motorista. Durante o assunto profundo ele constatou que minha vida era horrível, pois eu não gostava de football.
Me preocupei muito com a minha qualidade de vida e existência naquele instante. Mentira. Fiquei com pena dele.
Colocaram uma venda aos olhos e disseram: _ vá viver, não pense muito.
Nada contra o esporte, muito menos com o indivíduo citado. Aliás, não se prenda ao exemplo em si, por favor.
O Coliseu em Gladiator é a final de campeonato. Ele suportava até 100 mil pessoas, sendo utilizado para combate de gladiadores e também, para o martírio de inúmeros cristãos.
A função era dar alegria ao povo enquanto coisas importantíssimas surgiam ou deveriam ser solucionadas. Doenças, pragas, qualidade do ensino, crianças pobres, fome etc.
Os problemas são os mesmos até hoje? Sim.
Os eventos aumentavam a simpatia entre o povo e o Imperador, que lhes ofertava tanta alegria.
Penso que a forma de ver o football, pode ser mais nobre. Vê-lo por um real gosto, como diversão etc. é bonito e emocionante. Entretanto, mantendo sua consciência sã, limpa e bem atenta para não ser ele a única alegria da vida. Há coisas muito belas a serem conquistadas dentro e fora de nós.
O pão e circo continua e funciona. Contentar-se com o ensino dado em colégios, faculdades etc. sem buscar nada além disso, é viver o embotamento proporcionado pela estratégia política, é ir ao Coliseu atual.
A utilidade desses eventos, não só dos campos de football, é eficaz.
A política ainda nos trás o pão e circo. E aceitamos de braços abertos, aplaudindo e gritando – é campeão!
Não sou infeliz por não gostar do football. Mas como isso é tão gritante na TV, nas propagandas, jornais, nos bares, em casa etc. alguns se preocupam com a felicidade de quem não gosta.
Pão e circo, é a educação dada. Ultrapassada, encarceiradora da criatividade e liberdade.
E quando a política for: conhecimento e livros, ou autoconhecimento e oportunidade ou... (tem tanta coisa melhor do que aquilo!) quem serão os líderes?
É mais fácil manipular a ignorância. Mas só um ignorante gostaria de liderar outro.

Esperto são os que lideram inteligentes, e os motivam.

A esses, tiro meu chapéu e penduro as chuteiras.

Ricardo Melo