quarta-feira, outubro 17, 2007

Maturidade, o pilar da eficácia e sucesso

Um antigo colega estes tempos comentou-me o fato de saber fazer muitas coisas. Articulou com um bom português suas diversas habilidades e dizia-se seguro no mundo por isto.

Falava diversas línguas, sabia cozinhar impecavelmente, desenhava, cantava etc.

Fiquei feliz por ele ao ouvir atentamente suas frases.

Entretanto era nítida a aflição que o fazia falar sem parar.

Este mesmo amigo, assim como outros amigos meus, colegas e pessoas que nem conheço, são especiais. Elas conseguem aprender muitas coisas diferentes e desconexas.

Porém este colega de longa data não estava bem. Não estava feliz. Não tinha um norte em sua vida.

Constatei o fato logo após ouvi-lo comentar seguidamente em um único fôlego mais dez possibilidades sobre o que ele poderia fazer de sua vida.

Há mais de quarenta anos ele estava praticamente na mesma, sem muita alegria, dependente emocionalmente da sua família, seus colegas e seu passado.

Ele aprendera aquilo tudo para sentir-se seguro. Segurança que era bom, nada. Precisava de muito e muitos em vários aspectos.

Fulano, este que uso como exemplo, era dependente e não se flagrava.

Frequentemente necessitava de um amparo excessivo. Uma mão que acariciasse a cabeça e dissesse que tudo bem, eu lhe ajudo.

A dependência emocional impedia-o de ser independente financeiramente. E mesmo que fosse rico, seria infeliz.

Este colega relatava-me sua vontade de ser feliz plenamente e alcançar o sucesso. Mas faltava algo que eu não compreendia e não pude ajudá-lo. Sei que uma frase em nossa vida pode ser crucial. Por mais simples que seja. Ma não arrisquei.

E foi na simplicidade de uma leitura noturna que pude vislumbrar um ciclo natural importante ao nosso crescimento profissional e pessoal.

Os estágios inerentes a nossa evolução culminam na máxima eficácia de um ser o que leva a sensação de realização e sucesso.

Observando o caminho natural da evolução podemos conscientizar mais facilmente os desafios desprendendo-nos do passado arraigado.

Ao nascermos, começamos dependentes, precisamos de tudo para que aja a sobrevivência. Alimento, carinho etc.

À medida que evoluímos começamos a fase de busca da independência. Oscilamos muito neste momento.

Libertar-se da dependência exige maturidade exclusivamente emocional.

Nesta fase alguns não conseguem, por diversos fatores, sair da passividade. Em alguns pontos um pequeno vínculo pode ser fatal para a evolução.

Escutei um dia uma mulher comentar as suas amigas:

_ Ando indecisa, sem estímulos. Agora que me formei não sei mais o que fazer. Já procurei vários cursos para passar o tempo, quero ver se viajo para algum lugar e sentir o que acontece. Estou bem confortável em casa, mas não estou feliz.

A formação perde o sentido quando se defronta com a dependência emocional. Afinal, forma-se pra quê? Achei que era para sermos profissionais...

Muitos culpam a educação familiar. Faz sentido. Mas a verdade é que quando se quer se faz. O problema é querer. Querer ser independente vem de dentro.

Para passar ao paradigma do eu é necessário ao alcance da independência emocional.

Eu posso
Eu tenho
Etc.

Felizmente ser independente não é o último estágio para o alcance do máximo de um ser.

Mas é uma passagem tão importante que alguns se apegam a ela e não chegam a próxima fase: a interdependência.

Ser independente, por tanto, não nos trás a plenitude do sucesso que temos potencial.

Interdependência é o extra luxo da consciência humana em termos de relacionamentos. Explora-se conscientemente o máximo das nossas habilidades através da união. Por sua vez, faz-se necessária a maturidade mais elevada.

Pensar que você pode unir, por exemplo, sua capacidade de raciocínio a outras pessoas para explorar um resultado eficaz é fascinante.

Sendo interdependentes temos a oportunidade de explorar de forma significativa e profunda as capacidades dos outros. Conseguimos acesso aos imensos recursos dos demais seres humanos e eles dos nossos.

A união de habilidades nos leva a eficácia e a eficácia ao sucesso.

Eficácia longe do sentido neurótico de lutar contra o relógio e ser consumido pelo tempo.

A eficácia se caracteriza quando não destruímos os ativos que nos dão retorno e o corpo é um deles.

Eficácia inteligente.

Algo tão básico me soou tão claro...

Em homenagem ao meu colega senti-me obrigado a compartilhar deste momento.

Lembro que ter princípios e valores bem definidos tornam a vida mais clara e mais justa para com os outros companheiros de jornada. Ou seja, todos que estão vivos enquanto estamos vivos.

Esforcemos-nos para amadurecer conhecendo verdadeiramente nossos potenciais e qualidades, evoluindo sempre.

Espero que meu colega tenha oportunidade de ler isto.


Inspirado no livro, Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes – Stephen R. Covey – Ed. Franklin Covey.

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