segunda-feira, setembro 17, 2007

Qualidade de Vida e o Stress

Qualidade de Vida e o stress
A cada dia fica mais evidente que o nosso modelo de sociedade excede o suporte físico que nos foi entregue após milhares de anos de evolução.
O que acontece é que as coisas sempre mudaram, mas não tão rápido. Se você ainda espera que o tempo ande como era há trinta anos, ou até mesmo quinze, reveja algumas coisas ai dentro, o mundo está mais rápido! Como tudo no Universo, isto tem uma reação.
A nossa revolução industrial e depois tecnológica estão saindo os olhos da cara. Sim, porque nem os olhos estão suportando.
Finalmente as corporações e indivíduos estão começando a se preocupar com isso. Como é só o começo ainda temos muito que aprender e principalmente se habituar. Diria que o primeiro grande erro é querermos tudo isto dentro de um pacote de supermercado e ainda com valor barato. Gastamos tanto com futilidades, mas os métodos relacionados à nossa preservação e saúde, achamos muitas vezes caro. Acabamos por comprar a nossa inexistência antecipada.
Outro grande erro é esperar que os alarmes ou sinais de desgaste do nosso organismo apareçam para depois tratá-los.
Tensão muscular, hipertensão, comprometimento dos órgãos internos etc. são frutos de uma reação que acompanha os humanos há muito tempo. Vejamos aonde podemos nos tornar mais conscientes e aplicar em cima disto uma técnica prática para galgar rumo a melhoria do nosso estilo de vida.

Stress

Não poderia deixar passar em branco este assunto ao falar do nosso tema, já que através dele a compreensão dos efeitos físicos de uma descontração fica mais clara.
Stress não é doença. Das definições mais abarcantes da atualidade prefiro a que diz: stress é um desgaste excessivo da máquina orgânica, impedindo o indivíduo de adaptar-se às pressões.
Nem mau, nem bom o stress foi evidenciado logo após a revolução industrial, e é responsável por alguns fenômenos, porém permanece como um fantasma, pois pouco conhecemos e muito menos o identificamos. Ao desvelar algumas características dele poderá imediatamente identificá-lo e ao invés de adoecer por ele, saberá utilizá-lo para melhorar sua qualidade de vida.
Vejamos as origens desta dificuldade de adaptação estudando um pouco os nossos antepassados.

A síndrome de luta ou fuga

Há cem mil anos o homem tinha como inimigos grandes mamutes e tigres dente-de-sabre, bichos enormes e de grandes presas.
Enfrentar uma ameaça como essa, exigia reações rápidas, pois era uma questão de vida ou morte.
O indivíduo automaticamente se preparava para reagir fisicamente a situação. O cérebro alertava seu corpo para a necessidade de ação, disparando uma cadeia de reações, que começava no seu sistema nervoso central, e a qual o Dr. Selye denominou de síndrome de luta e fuga.
O sistema nervoso simpático era acionado: o hipotálamo acionava a glândula pituitária, que estimulava as glândulas supra-renais, as quais acelerava os batimentos cardíacos, fazendo o sangue correr mais depressa, aumentando a pressão sanguínea. As supra-renais, simultaneamente liberavam também corticóides, que ordenavam ao fígado para que liberasse mais glicogênio, fornecendo grande quantidade de glicose para os músculos, irrigando-os de sangue glicosado, que se afastava da superfície do corpo e dos órgãos internos, tornando o nosso antepassado, momentaneamente, pálido.
Diante de tanta energia (glicose) para ser queimada, o ritmo respiratório do nosso parente distante se tornava rápido e intenso, aumentando o volume de oxigênio. As mãos se crispavam e o nosso amigo estava pronto para enfrentar a ameaça.
Nossos predadores atuais
Em menos de 200 anos, sem predadores naturais que realizassem a seleção natural da nossa espécie, reproduzimo-nos abundantemente, nos aglomeramos em grandes cidades, uns por cima dos outros, conquistando o pão de cada dia, não mais pelo suor da atividade física, mas sim pelas oito hora de trabalho diárias em frente ao computador, atrás de um volante, enfrentando um engarrafamento, longas reuniões de trabalho e infinitas esperas em aeroportos. Tornamo-nos definitivamente sedentários, pagando o ônus do conforto e da tecnologia contemporânea: a falta da qualidade de vida.
Porém a nossa reação biológica continua a mesma diante dos novos predadores que são: relacionamentos instáveis, concorrência, desemprego etc.
O maior predador que existe na atualidade é uma contraditória relação entre uma época de tecnologia espacial versus nossa constituição biológica da Idade da Pedra.
A descontração diária é componente fundamental para manter regulado o sistema nervoso central.
Ela entra na classificação de um grupo seleto de opções que irão estimular seu sistema nervoso parassimpático gerando uma sensação de bem-estar resultantes da liberação de serotonina e catecolaminas, que visam fazer manter o organismo em um padrão normal de descontração muscular, batimentos cardíacos estáveis etc.
Sozinha a descontração não é suficiente, porém, é um grande passo para aqueles que ainda não começaram algo relacionado a esta área da qualidade de vida.
Vejamos a descontração física de forma isolada aplicada ao seu dia-dia.
Observe o impacto das suas atividades cotidianas sobre o seu corpo e mente. Perceba o imenso esforço diário que você faz para manter-se vivo, trabalhando, estudando, o esforço que faz para preencher as expectativas das pessoas que ama. Tudo isto tem aspectos muito gratificantes, mas tem também um preço muito alto: a sua qualidade de vida.
Ou seja: seu corpo muitas vezes, ao final do dia, está cansado. Precisando repor energias para que volte a funcionar de forma plena sem comprometer alguma área.
Uma descontração pode durar de 1 minuto a 1 hora. Tempo não é o problema. A dificuldade é priorizar e encaixar em sua rotina uma bela descontração.Como treinamento veja duas situações abaixo aonde você poderá encaixar a sua descontração.
Ricardo Melo

2 comentários:

Anônimo disse...

Realmente, a concentração faz a diferença! Se tudo que fizesemos envolvesse este fenômeno, teriamos mais discernimento sobre as coisas triviais do nosso dia-a-dia, ou melhor, não só do nosso dia-a-dia, mas também do que realmente é importante para nós!
É isso aí Ricardo! Você é um homem de valor!

Abraços, Everton Rocha

Ricardo Melo disse...

Brigado Everton,

Muito bem escrito seu comentário.

Realmente precisamos refletir e mais do que isso fazer algo realmente expressivo e efetivo para conseguir ir além do que realizamos agora. Ou cairemos naquele velho hábito de querer coisas diferentes fazendo as mesmas coisas...