terça-feira, setembro 01, 2009

Bibliografia indicada para estudo e documentação


Antes de se ter algum tipo de relação profissional com livros,
não se descobre quão ruim é a maioria deles.
George Orwell

Resista heroicamente à tentação de ler qualquer coisa, só por tratar-se de Yôga ou de alguma matéria supostamente semelhante. Repito: melhor é reler várias vezes um bom livro do que ler vários livros novos que possam ser nocivos. E, convenhamos, com uma bibliografia tão boa e extensa, você não tem necessidade de sair gastando o seu tempo e dinheiro com livros que poderão prejudicar não apenas a sua cultura, mas também a sua saúde mental. Consulte o capítulo sobre Egrégora.

Procure ler primeiramente as obras abaixo, mais ou menos nesta ordem, dependendo da disponibilidade das editoras. Com esta base sólida de boas obras, depois poderá ler qualquer coisa, pois já terá desenvolvido o senso crítico. Note que um bom número dos livros recomendados são de outros autores, de outras linhas de Yôga e até de temas que não tratam de Yôga.


1. DeRose, Tratado de Yôga, Nobel (Brasil).

2. DeRose, Quando é preciso ser forte, Nobel (Brasil).

3. DeRose, Tudo o que você nunca quis saber sobre Yôga,Uni-Yôga.

4. DeRose, Programa do Curso Básico de Yôga, Uni-Yôga.

5. DeRose, Boas Maneiras no Yôga, Nobel.

6. DeRose, Eu me lembro…, Nobel.

7. DeRose, Encontro com o Mestre, Matrix (Brasil) e Kier (Argentina).

8. DeRose, Sútras – máximas de lucidez e êxtase, Nobel.

9. DeRose, Alimentação vegetariana: chega de abobrinha!, Nobel.

10. DeRose, Origens do Yôga Antigo, Nobel.

11. DeRose, Alternativas de relacionamento afetivo, Nobel (Brasil) e Afrontamento (Portugal).

12. DeRose, Tantra, a sexualidade sacralizada, Uni-Yôga e Longseller (Argentina).

13. DeRose, Yôga Sútra de Pátañjali, Uni-Yôga.

14. DeRose, Mensagens do Yôga, Uni-Yôga.

15. DeRose, Karma e dharma – transforme a sua vida, Nobel.

16. DeRose, Chakras e kundaliní, Nobel.

17. DeRose, Guia do Instrutor de Yôga, Uni-Yôga (esgotado).

18. DeRose, Prontuário de Yôga Antigo, (edição histórica só para colecionadores).

19. DeRose, A regulamentação dos profissionais de Yôga, Uni-Yôga.

20. De Bona, Rodrigo, A parábola do croissant, edição do autor.

21. Silva, Lucila, Léxico do Yôga Antigo, edição da autora.

22. Barcesat, Yael, Complementación pedagogica, Edição da autora.

23. Melo, Ricardo e Caio, O poder do mantra, Edição dos autores.

24. Santos, Sérgio, Yôga, Sámkhya e Tantra, Uni-Yôga.

25. Santos, Sérgio, A força da gratidão, Uni-Yôga/Nobel.

26. Flores, Anahí, Coreografias, edição da autora.

27. Flores, Melina, Técnicas corporais do Yôga Antigo, edição da autora.

28. Marengo, Joris, 50 Aulas práticas de SwáSthya Yôga, futuramente, Nobel.

29. Castro, Rosângela, Gourmet vegetariano, futuramente, Nobel.

30. Caramella, Edgardo, La dieta del Yôga, Kier, Buenos Aires.

31. Michaël, Tara, O Yôga, Zahar Editores.

32. Time-Life, Índia Antiga, Abril Coleções.

33. Shivánanda, Hatha Yôga, Editorial Kier.

34. Shivánanda, Pránáyáma, Pensamento.

35. Shivánanda, Kundaliní Yôga, Editorial Kier.

36. Shivánanda, Tantra Yôga, Nada Yôga e Kriyá Yôga, Editorial Kier.

37. Shivánanda, Autobiografia, Pensamento.

38. Shivánanda, Japa Yôga, Edição do Shivánanda Ashram.

39. Bernard, Theos, El Camino Práctico del Yôga.

40. Eliade, Mircea, Pátañjali y el Yôga, Editora Paidós.

41. Eliade, Mircea, Yôga, imortalidade e liberdade, Editora Palas Athena.

42. Purôhit Swámi, Aphorisms of Yôga, Faber & Faber (Londres e Boston).

43. Kastberger, F., Léxico de Filosofía Hindú, Editorial Kier.

44. Van Lysebeth, André, Tantra, o Culto da Feminilidade, Summus Editorial.

45. Blay, Antonio, Tantra Yôga, Iberia

46. Woodroffe, Sir John, Principios del Tantra, Editorial Kier.

47. Woodroffe, Sir John, Shaktí y Shakta, Editorial Kier.

48. Avalon, Arthur, El Poder Serpentino, Editorial Kier.

49. Monier-Williams, Sanskrit-English Dictionary, Oriental Publishers.

50. Feuerstein, Georg, A tradição do Yôga, Pensamento[1].



[1] Este é o único livro de Yôga de autor estrangeiro, de outra linha de Yôga, que cita um autor brasileiro, no caso, o Mestre DeRose.


Bibliografia Discriminada

Esta bibliografia é independente da que consta nas páginas anteriores, que recomendam o estudo de 50 livros de vários autores e de diversos tipos de Yôga a fim de incrementar a cultura geral. Esta Bibliografia Discriminada serve para fundamentar uma boa parte da estrutura do nosso trabalho em aspectos pontuais.

Livro Conhecer Melhor a Índia de C. N. S. Raghavan, Publicações D. Quixote:

Pág.

12 -

origens do Tantrismo entre os drávidas, no período pré-clássico;

12 -

Shiva, personagem pré-ariano;

15 -

as Upanishads foram originalmente textos de transmissão oral;

15 -

as castas eram inicialmente discriminação racial entre os de raça ariana (louros) e os drávidas (morenos);

24 -

confirmação da conclusão acima;

19 -

a frase: “para que serve o fervor doentio…” do Rig Vêda, sugere uma tem­dência muito mais Sámkhya e muito menos Vêdánta; (aliás, o Rig Vêda, ci­tado como escritura religiosa, contém uma declaração explícita das inten­ções arianas: “O arco arruina o prazer do inimigo. Com o arco conquis ta re­mos todos os cantos do mundo.”)

25 -

menciona um surto de “ateísmo dravídico”, o que mais uma vez confirma que a tendência dravídica não era Vêdánta e, portanto, o Yôga original não era espiritualista.

Livro Yôga e Consciência, de Renato Henriques, da Editora Rigel:

Pág.

16 -

o nome de Pátañjali aparece corretamente escrito;

21 -

consta aqui que o Yôga Clássico era quase ateu;

56 -

nesta outra, a questão anterior é melhor explicada: o Yôga Sámkhya não é ateu, só não é espiritualista nem místico;

21 -

nessa mesma página, um erro: nem todas as vias do Yôga se baseiam no Yôga Clássico, como por exemplo, o Yôga Pré-Clássico;

28 -

origens do Tantrismo entre os drávidas, no período pré-clássico;

28 -

confirmação da presença do Yôga já entre os drávidas pré-arianos;

29 -

confirmação das origens do Tantrismo entre os drávidas;

29 -

confirmação da presença de Shiva entre os drávidas pré-arianos;

29-

o Yôga é vinculado à tradição shivaísta e não vishnuísta;

35 -

Todos os estudiosos aceitam que Shiva é personagem pré-ariano;

36 -

Shiva é considerado patrono do Tantrismo;

36 -

comprovação de que o Yôga é Sámkhya e não Vêdánta, ao citar o conceito da Prakrití;

40 -

…podemos dizer que o Yôga vishnuísta não é o Yôga antigo;

55 -

a influência Vêdánta (espiritualista) na literatura do Yôga;

55 -

o Yôga Clássico surgiu de uma tradição oral bem mais antiga;

56 -

“não se pode escrever sobre Yôga sem tratar do Sámkhya, tamanhos são os vínculos entre uma escola e outra”;

57 -

citações do Mahá Bhárata e do Bhagavad Gítá, vinculando o Yôga com o Sámkhya, portanto, estabelecendo para o Yôga uma natureza técnica, não espiritualista nem mística;

61 -

o conceito de Púrusha (Sámkhya) já aparece no Rig Vêda X:90 e na Katha Upanishad II:5;

67 -

sendo o Sámkhya muito complexo, encontra-se aqui a declaração de que não precisamos aprofundar-nos no seu estudo, mas é indispensável compreender seus fundamentos.

Livro Manual do Yôga, de Georg Feuerstein, Editora Cultrix:

Pág.

18 -

o Yôga não tem misticismo. Este foi introduzido no Yôga medieval;

19 -

o Yôga não é ciência: é técnica;

20 -

parampará, a transmissão oral;

20 -

as divergências entre escolas: “às vezes não podem nem mesmo reconciliar-se com nenhuma outra”;

21 -

nota de rodapé: “o Sámkhya é o mais próximo do Yôga”;

23 -

a palavra hatha tem o significado literal de força, esforço;

22 -

Hatha Yôga desafortunadamente tornou-se muito popular no Ocidente, de uma forma lamentavelmente distorcida e bizarra;

23 -

uma das particularidades que caracterizam o Hatha é a ênfase no despertamento da kundaliní, ao contrário do que os ensinantes leigos de Hatha no Ocidente costumam afirmar;

24 -

mesmo o Hatha tem restrições quanto a abordagens terapêuticas;

30 -

um estudioso do século XX criou um novo tipo de Yôga, “uma divergência revolucionária em relação aos caminhos já trilhados”;

30 -

o Yôga de Srí Aurobindo inclui o Tantrismo;

31 -

Srí Aurobindo espera que o Yôga cesse de parecer alguma coisa mística e anormal que não tenha relações com os processos comuns da energia terrena;

31 -

ele afirma também que é lícito o uso do sexo, saúde, dinheiro, posição social, poder político, etc.;

31 -

Srí Aurobindo não considera o Hatha necessário;

31 -

Srí Aurobindo tem franca admiração pelo Tantrismo. Ele o chama “um sistema yôgi notável que é, em sua natureza, sintético… um grande e poderoso sistema”;

94 -

nesta página, encontra-se um quadro sinótico que é o que melhor explica a relação de coerência entre o Sámkhya e o Tantra; explica, ainda, a frase atribuída a Shankara, citada por Shivánanda: “Sámkhya e Tantra são uma só coisa.”;

95 -

elementos que caracterizam a linha tântrica: mudrá, pújá, mantra, dhyána, nyása, bhúta shuddhi e visualização. Todos eles encontram-se no SwáSthya Yôga;

96 -

o Hatha é uma ramificação do Tantrismo;

96 -

o Hatha é o sucessor imediato do culto siddha do Tantrismo;

96 -

Gôraksha Natha foi o fundador do Hatha, na idade média;

103-

os Nathas;

104-

o fundador do Hatha é discípulo de Matsyêndra Natha;

104-

Matsyêndra Natha é o criador da Escola Kaula, do Tantrismo Negro;

110-

Rámakrishna era iniciado no Tantrismo (linha branca);

127-

o Sámkhya Clássico de Íshwara Krishna é um sumário métrico do Sasti Tantra.

Livro O Yôga, de Tara Michaël, Zahar Editores:

Pág.

18 -

o Yôga não é terapia;

27 -

o Yôga, desde suas mais remotas formulações, encontra-se indiscutivel­mente ligado a um outro ponto de vista: o Sámkhya;

27 -

Sámkhya e Yôga, os dois mais antigos ensinamentos;

28 -

“Os ignorantes falam do Sámkhya e do Yôga separadamente (como de duas vias diferentes), mas não as pessoas instruídas que, ao se dedicarem a um conhecem igualmente o fruto dos dois.” Bhagavad Gítá.

28 -

muitos param ou perdem-se no caminho do Yôga por não terem compreen­dido suas bases Sámkhyas;

59 -

o suposto ateísmo do Sámkhya mais antigo;

63 -

“Não há conhecimento como o Sámkhya, não há poder como o Yôga.”;

166-

Hatha significa força, violência. É uma via rápida para forçar kundaliní a despertar. Uma via demasiadamente curta, que necessita de um esforço extraordinário para atingir a meta (kundaliní), como que através de um arrombamento (dos granthis);

167-

Hatha Yôga também possui pújá, conquanto bem simplificado.

Livro Autobiografia, de Srí Swámi Shivánanda*, Editora Pensamento:

Pág.

37 -

discípulos egoístas que dizem: “não tenho Mestre, não preciso”;

38 -

“a obrigação do Mestre para com o discípulo é tão somente…”

47 -

“Quando viajo, esgoto toda a minha energia em uma semana.” E como fica a saúde daqueles Mestres brasileiros que viajam sistematicamente há mais de 30 anos, realizando até quatro ou mais viagens por mês, cobrindo distâncias de milhares de quilômetros?

49 -

manasika pújá;

68 -

incentivo para a criação de núcleos de Yôga;

69 -

“dê aulas sobre os chakras”;

69 -

incentivo e aprovação para demonstrações públicas;

73 -

“ensine a milhares”;

49 -

“não faço discípulos”;

83

“não tenho discípulos”. Portanto, aqueles que se declaram seus discípulos são inverídicos em suas declarações;

91 -

ponto de vista do brahmáchárya (linha patriarcal): “as mulheres deveriam renunciar ao mundo”; felizmente a nossa linha é tântrica (matriarcal, mas que não exclui o homem);

95 -

“dinheiro ajuda o sádhaka em seu sádhana e evolução”;

97 -

o kripá;

102-

“o desenvolvimento unilateral não é muito benéfico”;

105-

não omitir o sânscrito;

113-

cuidados com a propriedade: apego?

124-

não admite discussão e exige obediência imediata;

125-

fofocas… até na Índia!

140-

outra opinião da linha brahmáchárya: “afaste-se das mulheres. Não brinque nem se divirta com elas”; viu só, você que ataca a linha tântrica e defende a linha brahmáchárya?

142-

“um desenvolvimento unilateral não o ajudará”. Conclusão: as escolas que se especializam só em meditação, só em mantra, só na parte física ou qualquer outra coisa, são desaconselháveis;

142-

permissão para dançar;

142-

instruções para que se coma açúcar!

* Shivánanda, médico hindu, é um dos mais importantes Mestres de Yôga de linha Vêdánta-brahmáchárya do século XX.

Extraído do Blog do DeRose.

Ricardo Melo

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