quarta-feira, março 18, 2009

Ruim de despedidas

Não sei se você compartilha desta sensação
Constatei a pouco que sou ruim de despedidas
Péssimo, no meu ponto de vista
Percebi isso de um jeito muito incomum
Depois relembrei de uma série de despedidas e... kabum!
Caiu o fardo em meu colo
Não falo de grandes despedidas
Aeroportos, viagens longas, mortes etc.
São aquelas comuns, corriqueiras
Todos os dias nos despedimos
Saindo do trabalho
Depois de um encontro
Numa conversa pela internet
Sim, foi numa dessas que vi o quanto falta habilidade
Compartilho porque achei que poderia ser o caso de outros
Sinto-me ligeiramente vulnerável ao dar um tchau
Mandar aquele beijinho
Um emoticon talvez
Muitas das vezes a despedida vai e volta
Como se não quisesse ter fim, um rápido jogo
Claro que com pessoas que tenho muita afinidade
Aliás, só acontece com essa premissa
Em encontros de negócios ou começo de amizade sempre é diferente
Já percebi pessoas absurdamente perfeitas nas suas despedidas
Até naquelas mais difíceis
Sempre possuem uma frase diferente
Não repetem a atitude
São naturais, incríveis
Existem aqueles chatos que sempre usam o mesmo texto
Tchau, bom descanso
Ou durma bem, sonhe comigo
Pior são os que se despedem de você
Viram-se para o lado e fazem o mesmo com outrem, da mesma forma!
A despedida deve ser personalizada
É uma separação
Mas que deixa aberta a porta para um possível retorno
Deve consolidar os bons momentos de união
Ou até mesmo apartar uma situação de cólera
A despedida pode deixar aquele gostinho de quero mais
Quem não tem habilidade faz o contrário
Acena tardiamente, aí, lá se vai o colega saturado
Despedir-se com uma piadinha pode ser fatal, nos dois sentidos
Se acertar a brincadeira, ganhou, senão...
Há aquela clássica, depois de falar muitas besteiras
Desculpe qualquer coisa
Ou ficou mudo durante todo o encontro e diz
Foi um prazer
Que prazer foi esse?!
Aquele aperto de mão de Maria-mole
A mão áspera
O abraço safado, carinho no nariz
A limpadinha no rosto, o arrumar a gola do colega
Beijo roubado, virada do rosto na hora errada
Três beijos? Dois beijos? Um beijo?
Melhor é definir a estratégia e ser convicto
Alguns saem com uma despedida em outra língua
See you soon, adieu”...
Os políticos se despedem o tempo todo sem nem ter se relacionado diretamente
Abanando a mão e sorrindo
Opa, sorriso é parte fundamental na maioria das vezes
Despedimo-nos após uma apresentação em público
Flexionamos o tronco para frente aos aplausos
Tem aquele abraço que estala as costas
O abraço que os quadris ficam distantes, muito feio por sinal
Aquele que esmaga os seios, pior ainda
O suado, frio, ofegante, cabelo na boca, perfumado
Ahh... o perfumado é bom
Merece minhas reverências e um beijo no pescoço
Não sugiro aos homens tentar
As mulheres, todavia, sintam-se a vontade caso possuam afinidade conosco
Tem aquela despedida geral, sem passar por cada um
Saída à francesa
Têm à italiana, quando sai todo mundo feliz e parece que estão brigando
O romântico, sempre exagerando
Gentleman, que nunca erra o momento e a forma
E ainda por cima deixa as mulheres nas nuvens
Aperto de mãos dos “manos”, soquinho no fim
Na oficina, você aperta o antebraço do mecânico para não sujar a mão

Tchau

OBS: Avisei que não tinha habilidade.

Ricardo Melo

2 comentários:

Alex Montanga disse...

Cara, muito bons os textos que acabei de ler: "Ruim de despedidas" e "Saudades de um breve amor" - isso para não mencionar os mais antigos.

Legal te ver nos exames neste último findi. As descontrações da prova teórica foram a melhor parte hehehe.. Um abração e até um novo post!

A Autora disse...

adoreiiii!!!
beijo
Carol Montone